terça-feira, 12 de julho de 2011

Neptuno foi visto pela primeira vez há um ano neptuniano


Hoje Neptuno comemorou um ano neptuniano desde que foi identificado como planeta por humanos do planeta Terra. Na noite de 23 de Setembro de 1846, há 164 anos e 288 dias, os astrónomos Johann Gottfried Galle (1812-1910) e Heinrich Louis d’Arrest (1822-1875), do Observatório de Berlim observaram um ponto luminoso no céu, uma estrela que não se encontrava registada nas cartas celestes do observatório. A figura seguinte é uma pintura do Observatório de Berlim, onde, em 1846 Galle e d’Arrest observaram Neptuno pela primeira vez.

A descoberta de Neptuno é especial. Quando Galle e d’Arrest procuraram pelo planeta fizeram-no seguindo indicações do astrónomo e matemático francês Urbain Le Verrier (1811-1877) Neptuno foi assim o primeiro (e até agora) único planeta cuja existência foi prevista. A figura seguinte é uma pintura de Galle. Crédito: Wikipedia


O primeiro registo de Neptuno foi feito por Galileu Galilei (1564-1642). Com o seu telescópio Galileu observou Neptuno em Dezembro de 1612 e em Janeiro de 1613, quando estudava Júpiter. Infelizmente nessa altura Neptuno encontrava-se em movimento retrógrado e a sua posição no céu não variava de forma visível. Assim Galileu não se apercebeu da sua existência.

Após Galileu, Neptuno foi avistado (e a sua posição registada) por vários astrónomos, sem nunca ter sido identificado como um planeta. Então, em 1781, o astrónomo William Herschel (1738-1822) anunciou a descoberta de Úrano, classificando-o como um planeta.

Nos anos a seguir à sua descoberta, Urano foi monitorizado cuidadosamente. Para poder determinar a sua órbita (trajectória em torno do Sol) os astrónomos fizeram observações directas do planeta e procuraram possíveis registos de Úrano, feitos antes da sua descoberta. E algumas décadas após a sua descoberta verificaram que Úrano não de movia da forma prevista, calculada teoricamente.

O movimento de um planeta em torno do Sol segue as leis de Newton. Embora o Sol (devido à sua grande massa) tenha uma influência muito importante, não é o único astro do sistema solar a influenciar o movimento de planetas e asteróides. Na verdade, quanto mais longe se encontra menor a influência do Sol. Neste caso os planetas mais próximos, principalmente os com maior massa, passam a ter uma maior influência.

No entanto, mesmo considerando a influência de Júpiter e Saturno, os dois planetas (peso-pesados) que “precedem” Úrano não era possível conciliar a teoria com a realidade. Assim uma das propostas apresentadas para explicar as discrepâncias encontradas foi a existência de um planeta desconhecido, com uma distância ao Sol maior do que a de Úrano.

A figura seguinte indica a forma como o movimento de Úrano pode ser influenciado pela presença de um planeta mais exterior. Na posição a força gravítica exercida pelo planeta mais exterior acelera Neptuno (Neptuno está “mais à frente” do que o previsto). No entanto quando Neptuno atinge a posição b o planeta mais exterior força a desaceleração de Neptuno (Neptuno está “mais atrás” do que o previsto) Crédito: RJHall/Wikipedia.


Dois astrónomos matemáticos o francês Le Verrier e o britânico John Couch Adams (1819-1892) consideraram seriamente esta hipótese. Adams iniciou os seus cálculos primeiro, em 1843. Le Verrier não parece ter começado antes de 1844.




Nota: por falta de tempo não foi possível concluir este post a tempo. Será terminado o mais breve possível!

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