sábado, 14 de novembro de 2009

A Google celebra a descoberta de água na Lua


O logotipo da Google de hoje, 14 de Novembro de 2009, celebra a descoberta de água na Lua.

Um dos programas da NASA na Lua utiliza um satélite chamado LCROSS (Lunar Crater Observation and Sensing Satellite) cujo objectivo, como indicado pelo nome, é estudar as crateras da Lua. A LCROSS partiu da Terra no dia 18 de Junho de 2009 e foi transportada até à Lua num foguetão Centauro. No dia 9 de outubro de 2009, ao se aproximar da Lua, a LCROSS separou-se da parte do foguetão Centauro que a transportava.

Após a separação da LCROSS, o que restava do foguetão Centauro caiu sobre a cratera lunar Cabeus, situada no polo sul da Lua. A LCROSS realizou uma análise das “poeiras” geradas pela formação da mini cratera no local de impacto e detectou a presença de água.

A descoberta de água na Lua é importante a dois níveis: por um lado a presença de água na Lua poderá tornar mais fácil a instalação de seres humanos neste satélite, por outro lado os cientistas esperam que esta descoberta permita desvendar segredos sobre a formação do Sistema Solar. No futuro poderiam ser recolhidas e estudadas amostras de colunas de gelo lunar, da mesma forma que são estudadas amostras de gelo recolhidas no Ártico e na Antártida (lembram-se da profissão do personagem Jack Hall no filme O dia depois de amanhã?).

A presença de água na cratera lunar Cabeus foi detectada por espectroscopia (os espectros de UV e de IV da água são inconfundíveis). No entanto a LCROSS recolheu muito mais informação, que neste momento está a ser tratada por cientistas da NASA. Espera-se que a análise de todos estes dados confirme os resultados de espectroscopia, ou seja a existência de água na cratera lunar Cabeu.

Mais ainda, os dados obtidos pela LCROSS irão permitir um estudo muito mais profundo de todos os componentes da poeira da cratera recém-criada e ainda (também muito importante) da sua distribuição na mesma.


Fotografia tirada 20 segundos após o impacto na cratera lunar Cabeus (Fonte: NASA).

Nota: A descoberta de água na Lua foi reportada em vários jornais portugueses, como o Público, o Correio da Manhã, o Diário de Notícias e até A Bola (edição online).
UV = ultra violeta; IV = infravermelho.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Metais mesmo básicos.

Na Tabela Periódica dos Elementos Químicos actual os elementos encontram-se organizados por grupos e por períodos. Átomos de elementos do mesmo grupo têm o mesmo número de electrões de valência (que são os electrões responsáveis pela reactividade de um átomo). Assim os átomos de elementos do mesmo grupo apresentam propriedades químicas muito semelhantes entre si. Elementos do mesmo grupo têm tendência para reagir da mesma forma quando participam numa reacção química, formando-se produtos de reacção com uma fórmula química semelhante.

Como já foi referido neste blog, as primeiras tentativas de organizar os elementos em grupos tiveram em consideração a semelhança de propriedades químicas de diferentes elementos.

Os elementos lítio (Li), sódio (Na), potássio (K), rubídio (Rb), césio (Cs) e frâncio (Fr) constituem o grupo 1 da Tabela Periódica. São elementos extremamente reactivos. O grupo 1 é conhecido como grupo dos metais alcalinos. O nome metal alcalino resulta do facto de estes elementos reagirem vigorosamente com a água, formando soluções alcalinas (soluções com um pH > 7). Muitos de nós observámos a reacção do sódio e do potássio com a água nas aulas de Ciências Físico-Químicas. À medida que a reacção ocorria, a água ia tornando-se cada vez mais cor-de-rosa, devido à presença de fenolftaleína (indicador que torna as soluções alcalinas cor-de-rosa).

Os metais alcalinos têm a aparência típica dos metais, e apresentam uma cor cinzento-prata. São metais moles, e mesmo o lítio (o mais duro dos metais alcalinos) é mais mole que o chumbo. É possível cortar amostras de sódio e de potássio utilizando uma faca romba.

Os metais alcalinos reagem facilmente com outros reagentes que não a água. Por exemplo, os metais alcalinos reagem com o oxigénio molecular (formula química = O2), formando-se um óxido de metal alcalino com a fórmula química M2O. Da reacção deste reagente com o lítio resulta o óxido de lítio, ou Li2O, da reacção deste reagente com o sódio resulta o óxido de sódio, ou Na2O, e da reacção deste reagente com o potássio resulta o óxido de potássio, ou K2O.

Os metais alcalinos são tão reactivos que, na Natureza, não é possível encontra-los no estado puro. No entanto é possível obter estes metais por electrólise. A grande reactividade destes elementos com o oxigénio presente no ar, obriga a que os metais alcalinos sejam guardados em ambiente inerte, óleo no caso do sódio e do potássio e árgon no caso do césio.

Este vídeo apresenta a reacção de metais alcalinos com a água, apresentando os metais por ordem crescente de número atómico. De todos os que encontrei no youtube é o meu favorito.