domingo, 11 de outubro de 2009

Misteriosa névoa azul.

As folhas de todas as plantas, principalmente as das árvores, produzem e emitem uma série de compostos orgânicos, que são indirectamente responsáveis pela formação de uma ténue névoa azul em florestas espalhadas por todo o planeta.

Uma vez na atmosfera, as moléculas orgânicas emitidas pelas folhas reagem com moléculas oxidantes, formado-se vários produtos, alguns dos quais têm capacidade para se agregar em partículas de tamanho considerável (3 – 30 nm). Em conjunto estas partículas formam um aerossol levemente azulado, chamado névoa azul. A figura em baixo mostra uma imagem de névoa azul nas Great Smoky Mountains, nos Estados Unidos da América (fonte: Wikipedia), onde este fenómeno é frequente.


A névoa azul tem uma acção muito importante no clima da Terra. As partículas da névoa azul têm capacidade para dispersar a luz solar, contribuindo localmente para diminuição da temperatura ambiente. As partículas da névoa azul têm também capacidade para incentivar a formação de nuvens, podendo ainda influenciar os valores de pluviosidade.

Um artigo da PNAS, colocado online no dia 7 de Outubro, conclui que a presença de ácido sulfúrico na atmosfera incentiva a formação das partículas da névoa azul. O ácido sulfúrico resulta de reacções químicas envolvendo compostos de enxofre, que ocorre na atmosfera. Este facto é muito importante visto que actualmente o homem é o principal responsável pela emissão para a atmosfera de compostos de enxofre, nomeadamente pela queima de combustíveis fósseis (gasolina, gasóleo, carvão, etc.). Mais ainda o artigo refere que a formação da névoa azul não é fácil sem a presença de compostos de enxofre.

Desde meados do século XX que se sabe que os compostos de enxofre são responsáveis pela formação de chuvas ácidas (também via formação de ácido sulfúrico). A comunidade internacional desenvolveu uma série de protocolos de forma a diminuir os níveis de emissão destes compostos. Em especial nos países da Comunidade Europeia ocorreu uma diminuição significativa da emissão de compostos de enxofre. Espera-se que o artigo da PNAS e novos artigos sobre a formação da névoa azul e a sua influência no clima reforcem a sensibilização, a nível mundial, para a importância da diminuição de emissão de compostos de enxofre.

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